xocolate

ponto de encontro dos amantes de chocolate... e doutras coisas doces, menos doces e salgadas

Monday, November 12, 2007

Cut Beverly Hills ou O Wolfgang Puck também faz bifes



Como diria o Sinatra..."king of the hill, top of the hip". Foi assim que senti o Cut, a steakhouse que o "star"-chef Wolfgang Puck, do famoso Spago, dirige no Four Seasons Beverly Wilshire Hotel.

Perguntar-me-ão como pode uma steakhouse alcançar padrões de excelência dignos de serem referenciados como tal. Eu também julgava que não era possível até ter jantado no Cut.

Mas já vamos à comida...
Primeiro o lugar.


O Cut fica no Beverly Wilshire Hotel. Mesmo aos pés de Rodeo Drive, neste hotel histórico, que muitos se recordarão por ser o hotel do "Pretty Woman" .




Mas esqueçam as colunas clássicas e os ambientes românticos do filme.

O Cut é um espaço contemporâneo e minimalista. Foi desenhado pelo arquitecto Richard Meier, o mesmo do Ghety Center, ali a poucos quilómetros, e do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, só para citar alguns exemplos.



O Cut é um espaço de contraste com todo o ambiente clássico do Beverly Wilshire Hotel.

Nestas fotos o espaço apresenta-se luminoso e com forte presença do branco. Na realidade não é nada disto (ou melhor, será assim uma vez por semana, quando servem almoço).

O branco luminoso das paredes transforma-se em beige relaxante à hora do jantar, à custa da iluminação contida e das velas que se encontram por toda a sala. Bastante melhor, pois estes espaços frios do Richard Meier poderiam ser um pouco indigestos...

A carta é imensa. Imensas são as variedades de carne disponíveis, o que aliadas aos diferentes molhos e acompanhamentos conduzem a um grande número de combinações possíveis.

Passei à frente nas entradas e optei por um
U.S.D.A. PRIME, NEBRASKA CORN-FED (DRY AGED 35 DAYS)
New York Sirloin 8 oz.
servido com um House-Made Steak Sauce e acompanhado por uma tarte-tatin de batata.


A carne
Tenra. Saborosa. Cozinhada no preciso ponto em que a pedi. Amazing.

O molho
Sabor forte que associado à carne parecia ainda exaltar-lhe mais as suas qualidades. Ligeiramente picante, um pouco barbecue-style. Óptimo.

A tarte-tatin de batata
Incrível. Como diria um amigo meu, era "de cair pó lado". Interior macio em contraste com a envolvente capa crocante.

Confesso que fiquei deliciado. Não esperava que uma "simples" refeição de bife conseguisse alcançar tais padrões de excelência.

Na hora da sobremesa a escolha não foi fácil, mas acabei por pedir um soufflé de chocolate, com gelado de chocolate de leite e avelãs. Era talvez a mais básica das escolhas, mas talvez exactamente por isso o pedi, para ver até onde iam os tais padrões de excelência no resto da cozinha. Quando o soufllé chegou ri-me, pela opção segura que é servi-lo ainda no recipiente onde foi cozinhado. Em casa faço o mesmo. Seja como for, não estava divinal, mas estava muito bom. Óptimo chocolate, no ponto de açucar, gelado de óptima qualidade.


Ainda pensei voltar, apesar da generosa factura, mas já não tinha dois meses para conseguir fazer outra reserva...

Saturday, November 10, 2007

Divino Providence


Pois é, já passaram as férias e ainda não cumpri com a minha promessa antiga de regressar aos posts aqui no Xocolate. A ver se é desta.

Pois as fotos do Providence, em Los Angeles ficaram, no mínimo, uma desilusão. E porquê? Porque lá fui ao jantar e a sala é como devia ser : luz q.b. e ambiente calmo e relaxante. O que para a degustação é óptimo, mas para as fotos é péssimo. E flash – como diria o Mário Lino das Obras – “jamais”.


Oh well..hollidays have gone and I haven't fulfill my promise of returnig to posts here at Xocolate. Let's see if this turn I can get it.

The photos from Providence, in L.A., turned out awfull, a true disapointment. And why? Because I went there for dinner and the room was properly set : light enough, calm and relaxing environment. Which happens to be great for tasting the menus but a disaster for photos. And flash photos would be too much annoying for the other people there.

Como já tinha referido noutro post a ideia era “atacar” o Menu de degustação de 8 sobremesas. Mas uma vez ali chegado comecei a pensar que oito eram um grande abuso… e acabei por pedir o menu de cinco.

Uma atrás da outra, com timings correctos, elas vão chegando…e eu começo a fazer as contas e vejo que já ia a caminho da sexta… e que me estavam a ser trazidas coisas que não faziam parte da escolha de cinco. O chefe de sala leu-me os pensamentos e apressou-se em esclarecer que o chef fazia questão que eu provasse as oito… Pois assim seja.

As I had said on a previous post, my idea was to "attack" the 8 course dessert tasting menu. But once arrived I've started thinking that eight would be a way too much and I ended up ordering the five course one.

One after another they were arriving, matching correct timings. And then I suddenly noticed I was on my way to the sixth course and some of the desserts I had had before weren't even part of my 5 course choice. The assistant manager read my mind and told me that the chef insisted that I had the eight courses... Let it be then.


Para começar um lollipop de chocolate branco, do qual não sou grande fã mas que se revelou bastante agradável e suave…
Depois um mojito. Em versão “Adriá”, esferificado. Óptimo começo para assim fazer um “reset” gustativo.

Things started with a white chocolate lollipop, of which I'm not a big fan, but it turned out pretty nice and soft in its milky flavour.

Then come a mojito. Adriá molecular version, spheric. Great start to achive a palate "reset".


Depois começaram a chegar as coisas “mais sérias”…
Primeiro um sorvete de líchias (isto em portugês não soa nada bem...) com gelatina de maracujá (next…) servido num banho de leite de coco e soja. A acompanhar um Levendi Chardonay 2005, do Napa Valley.

Seguiu-se um financier de amêndoa e pêra com mel, huckleberries e gelado de miso, o qual acompanhou com um Late Harvest do Russian Valley do qual não consegui mais referências. O actual menu refere um syrah, mas não foi esse que me foi servido.
(english version being updated)

Plo meio um sorvete de cenoura com ervilhas crocontes, que abriu as portas a uma excelente gelatina de morango com centro líquido, um sorvete de limão e um crocante em contraste. Seguiu-se-lhe o pior momento da noite, em minha opinião : um saké com natas que acompanhou aquilo que nas minhas notas registei como “coisa horrorosa e áspera” que mais não era do que um gelado de iogurte grego, com noodles doces de pepino, sorvete de cantaloupe, lima e menta. Foi para mim a sobremesa menos conseguida, quer pela excessiva falta de elementos doces, como pela textura tão preponderante pela sua aspereza do iogurte grego, que conseguia anular os demais elementos. Quanto ao saké, um desastre.

Mas o melhor ainda estava para chegar. Depois dum macaron com manteiga de amendoim e banana seca crocante, uma excelente panacotta de chocolate com Óreo, gelado de Bailleys e raviolli de coco. Fantástica. Mais ainda ao lado dum Banyuls Domaine Pietri-Geraud 2000, que não sendo um vinho de topo, os aromas de café fizeram uma óptima ponte para a ganache de chocolat negro com compota de figo e gelado de sal e pimenta.
Tirando o “acidente grego” ( e o que isto me faz lembrar o Euro2004…) foi uma experiência de alto nível culinário, combinações e equilíbrios interessantes, óptima apresentação, em que os vinhos se limitaram a cumprir, sem exaltações.

Fica ainda o registo dum espaço óptimo, com excelente ambiente, luminosidade e temperatura ambiente. E a vontade de regressar, para desta vez uma degustação para além das sobremesas.