xocolate

ponto de encontro dos amantes de chocolate... e doutras coisas doces, menos doces e salgadas

Wednesday, August 30, 2006

Bife à Imperio

(em actualização)

Thursday, August 24, 2006

PORTVGALIA ou A Arte do Franchising II


A Portugalia nasce no início do séc.XX a partir da união de duas fábricas de cerveja - a Fábrica de Cerveja Leão e a Companhia Portuguesa de Cervejas - numa nova entidade, a Fábrica de Cerveja Germânia. O propósito era produzir cerveja ao nível das melhores do mundo, assim reza o site .

Em 1912 é adquirido um enorme terreno na Avenida Almirante Reis, onde a fábrica se instala. O nome Germânia é abolido com a 1ª Guerra Mundial - Portugal alinhou pelos Aliados e o sentimento anti-germânico ditou tal medida de marketing. Nasce então a Portugalia.

Os clientes deslocavam-se à fábrica para se abastecerem, uma vez que a distruibuição era relativamente precária e feita em carroças. Assim, em 1925 nasce, ao lado do edifício da fábrica, a Cervejaria Portugalia. Assim, enquanto aguardavam pelo abastecimento dos seus barris, os clientes podiam também beber cerveja avulso. Daí até aos bifes e aos mariscos, foi um pulo.

(e como não sou a Clara Pinto Correia nem a Joana Amaral Dias, tudo o que foi escrito acima é adaptado directamente da informação disponível no site da Cervejaria Portugalia e não foi fruto duma apurada investigação na Torre do Tombo e outros antros)

Desde que me conheço que como bifes na Portugalia. Aliás, uma das minhas cicatrizes na testa (num total de três) foi lá feita algures numas escadas. Posso portanto afirmar que tenho uma relação de sangue com a Portugalia.

Os bifes da Portugalia não tem muito que dizer. Comiam-se, um gajo sabia ao que ia, e não sendo nenhuma maravilha do mundo, cumpriam bem a sua função alimentar e de paladar.

Em 1997 a Portugalia expandiu o negócio abrindo uma série de outros restaurantes. O primeiro, se a memória não me falha, foi o do Cais do Sodré. Daí à situação actual foi um instante.

Tal cenário trouxe aluma dimunuição da qualidade dos bifes, não apenas nas novas unidades - como seria de prever - mas também na casa-mãe da Almirante Reis. Mas ainda assim os bifes lá iam cumprindo, umas vezes melhor outras vezes pior, o seu desígnio.

Até que...

Talvez ha coisa de um ano e meio atrás, a Portugalia estragou tudo. Estragou tudo porque resolveu alterar a forma de confecção dos bifes fiando-se no facto de que manter o molho igual iria disfarçar essa diferença. Nada mais errado.

Os novos bifes da Portugalia são cozinhados numa chapa previamente a serem integrados no molho. E o que acontece é que vêm dessa chapa com alguma gordura, que além de provocar um paladar diferente à carne, depois de cair no molho estraga ainda mais o arranjo.

E posto isto, passei a comer bifes na Lusitana sempre que me apetecia ir à Portugalia. Por isso mesmo este regresso à Portugalia para agora escrever este post foi dalguma forma surpreendente.Os bifes continuam a ser feitos na chapa, mas a gordura e sabor resultantes desse processo de confecção já não é tão notório como há algum tempo atrás. Atenção que isto sucedeu na Almirante Reis, não sei se o mesmo também sucederá nos outros restaurantes.

Os bifes estão mais próximos do antigamente, mas do antigamente do pós-franchising, não do antigamente do meu avô.

Cervejaria Portugalia

Avenida Almirante Reis 117

1150-014 Lisboa

Tel. 213 140 002

Classificação

Comida *****

Serviço *****

Localização *****

Monday, August 14, 2006

A Trindade desceu ao Campo Pequeno

As recentes - em conclusão, claro - obras na Praça de Toiros do Campo Pequeno, trouxeram consigo a Cervejaria Trindade. Se a ligação Trindade-Campo Pequeno até me apraz, o mesmo já não posso dizer da parafernália de roupa, brinquedos, malas e malinhas, que povoam as lojas que agora habitam as catacumbas da nossa Praça maior. Enfim... l'air du temps...


Assim como os demais restaurantes que se situam nas galerias da Praça (ou devo agora chamar-lhe Pavilhão Multiusos?, esse "título" tão português que signfica que "serve para tudo" - e no fim acaba por servir para quase nada) a Trindade ocupa dois pisos. O acesso faz-se pelo piso térreo, tanto pelo interior da Praça como directamente do exterior- o que é uma vantagem pois evita que tenhamos de passar pelo centro comercial para lá chegar. O espaço é sóbrio, com algumas situações por resolver (nomeadamente a porta de serviço da cozinha), mas globalmente eficaz. Senti-o também algo frio - ora de gente ora de temperatura. Mas nada que não se resolva, assim haja que frequente a casa.


As mesas, com os seus tampos de pedra - e fugazmente os painéis de azulejos (a léguas de distância dos Ferreira das Tabuletas) - remetem-nos para o antigo refeitório do Covento dos Frades Trinos, lugar da casa-mãe na Rua da Trindade. A estratégia foi praticamente em tudo idêntica à seguida há vários anos atrás pela Portugalia. Esperemos que o desfecho seja mais positivo.

Quanto ao bife - que é para isso que aqui estamos - não há muito a dizer.

Nunca fui particular fã dos bifes da Trindade. Nada havendo a dizer quanto à qualidade da carne, o molho remetia-me sempre para um travo a anis (eu sei, é estúpido e não entra anis nenhum na sua confecção, mas o sabor intenso do molho da Trindade traz-me sempre essa memória). No entanto este molho era bem mais suave - e por isso bem mais interessante no meu ponto de vista - mas não perdendo a identidade do molho original. Preciso agora de voltar à Trindade verdadeira para ver até onde esta mudança de sabor se operou de facto.

Ainda assim, a experiência foi positiva. Esperemos que esta nova Trindade descentralizada não enferme do mesmo mal que antevejo que o centro comercial da cave venha a sofrer... Senão será apenas uma manobra de descentralizar para desertificar...

Cervejaria da Trindade
Praça de Toiros do Campo Pequeno

Campo Pequeno - Lisboa

Classificação

Serviço *****
Comida *****
Localização ***
**

Monday, August 07, 2006

Lusitana Picoas Plaza

.



A Cervejaria Lusitana do Picoas Plaza tem a honra de inaugurar o Mês do Bife. E honra essa que lhe foi concedida não por mérito mas simplesmente por ser, de alguns domingos a esta parte, o local onde costumo jantar. A dois passos de casa, e aproveitando o calor das noites de Verão, a Lusitana do Picoas Plaza é uma boa opção para quem procura um local simpático, de confecção standardizada - ou seja, já sabemos (ou julgamos que sabemos) o que nos espera - e que goza duma das mais aprazíveis localizações urbanas.

A Lusitana tem a sua casa-mãe em Carnaxide. A arquitectura dos espaços interiores é do arquitecto Manuel Vicente, homem com carreira em Macau e autor, por exemplo, do Pavilhão de Macau na Expo 98 ( que há bastante tempo se encontra aos pedaços junto a uma auto-estrada à saída de Lisboa...). Além de Carnaxide e do Picoas Plaza encontramo-la ainda em vários centros comerciais da área metropolitana de Lisboa, bem como no mítico Café Arcada em Évora.

Nisto dos bifes e das cervejarias a Lusitana é um conquista recente para comigo. Habituado, por mão do meu avô, a desdenhar tudo o que não fosse a Portugália neste ramo da restauração, mantive-me relativamente fiel a ela, mesmo após o processo de franchising a ter levado além Almirante Reis. Ou muito me engano ( e confesso que não fui perguntar a ninguém na Lusitana se tal facto corrresponde à verdade ou é apenas intuição minha) a Lusitana surge também numa óptica de Casa-Mãe + Filiais, em resposta directa ao sucesso de idêntico processo desencadeado pela Portugália. Seja assim ou não, apenas sou cliente desde há pouco mais de dois anos a esta parte. Os motivos que me levaram a esta incursão na Lusitana (esta "traição" aos olhos do meu avô) deixá-los-ei para mais tarde, quando vos falar da Portugalia.

Como conservador, em matéria de bifes e noutras, comecei por experimentar o molho de manteiga e alho. Razoável, longe de ser excepcional. Passei para o molho " da casa" - o molho Cervejeira. A diferença foi grande, agora sim era possível perceber alguma originalidade. Um molho espesso e escuro, cujo teor alcoólico provém da cerveja usada na sua composição - que presumo seja da marca da casa. No reino do "fast-food dos bifes" era sem dúvida um exemplar a merecer nota 15. Tentei também o molho de Mostarda Antiga, mas regressei ao Cervejeira.

Mas a questão da Lusitânia reside mesmo no dito "fast-food dos bifes". É que o, supostamente sempre idêntico, molho Cervejeira, apesar de fornecido pela mesma casa-mãe aos diversos restaurantes da marca Lusitana, apresenta grandes variações de restaurante para restaurante. Ou seja, aquilo que teoricamente poderia ser uma vantagem de ter uma mesma marca descentralizada em vários locais, permitindo ao cliente que costuma comer em Carnaxide ir comer de forma idêntica a Évora, revela-se um calcanhar de Aquiles.

No passado domingo a coisa foi feia. O molho Cervejeira que me foi servido na Lusitana do Picoas Plaza estava, mais do que intragável, não susceptível de ser apresentado a um cliente. Se em meses mais frios o facto de estar a jantar na esplanada poderia servir de desculpa para que o molho se pudesse apresentar ligeiramente coalhado devido à temperatura, já nada pode justificar um molho que, para além de parcialmente coalhado, era pouco mais do que um monte de grumos de cor acastanhada. Feita a reclamação a troca por outro idêntico não foi possível "porque o molho está todo assim". Manteiga e Alho, que seja.

Por tudo isto não posso dizer maravilhas da Lusitana, já que o serviço é muito irregular, tanto de restaurante para restaurante, como de dia para dia no mesmo restaurante. Se quiserem jantar, talvez não seja uma opção. Se for só para comer, serve.

Cervejaria Lusitana

Centro Comercial Picoas Plaza

Rua Viriato 13, Loja H.01

1050-227 Lisboa

Tel. 21 316 02 83

horário : todos os dias das 12:00 as 23:00

Classificação

Serviço *****

Comida *****

Localização *****

Agosto : Mês do Bife


Agosto vai ser mês dedicado aos bifes. Não aos que estão a passar férias em Albufeira, mas aos que podemos ter à mesa nestes três locais :

- Cervejaria Lusitana ( Picoas Plaza)
- Cervejaria Portugália (Av. Almirante Reis)
- Cervejaria Trindade ( Praça de Touros do Campo Pequeno)

Um quarto local, ainda por definir, completará a lista das quatro "vítimas" deste mês inaugural de crítica gastronómica neste blog.

Sunday, August 06, 2006

Xocolate : O Regresso




Após uma ausência - mais prolongada do que o previsto - significativa, o Xocolate está de volta, para o gáudio de todos vós. Gulosos!

Nesta nova "época", e até que o calor passe e possamos voltar ao chocolate propriamente dito (nem calculam o trauma que a recente mudança de casa associada ao calor que se faz sentir provocou nas dezenas de euros de chocolates que tenho acumulado nos últimos tempos - que dor!!) resolvi introduzir algumas novidades no modus operandi deste blog. Algumas delas eventualmente permanecerão, outras nem tanto.

A mais significativa prende-se com a criação de meses "temáticos", onde a cada segunda-feira espero publicar uma "crítica" (e por crítica leia-se opinião, independentemente de ser negativa ou positiva, mas esperando-se sempre construtiva) a restaurantes/cafés/locais, sobretudo da cidade de Lisboa, que eu considere serem "exemplares relevantes" do tema do mês em questão.

A outra novidade prende-se com a primeira, e estender-se-á a outros assuntos, assim me pareça importante e o tempo me permita fazê-lo : posts com versão bilingue, em portugês e inglês. Para já serão apenas os das segundas-feiras. Quanto aos demais, o tempo o dirá...

Bem sei que este blog começou completamente centrado no chocolate e com o tempo foi fazendo algumas incursões ora noutros assuntos doces, ora em alguns salgados. Mas parece-me inevitável esta dispersão. Até porque se ficasse só pelo chocolate teria que arranjar o patrocínio duma qualquer marca de roupa pré-mamã....

Espero que quem visitava este blog encontre novos motivos de interesse e continue a vir mais vezes. E quem só agora o descobriu não desapareça...